quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carne Limpa


Como vivo falando, toda ação humana causa algum impacto no meio ambiente, e com essa onda verde que vem tomando conta do planeta, as empresas estão cada vez mais preocupadas em reduzir esses impactos, e a agropecuaria não é diferente, em uma reportagem do Jornal a "Folha de São Paulo" de 2009 vem a demonstração de que tem solução pra esses abusos do homem, Esta reportagem é muito animadora, segue na integra a mesma.
"Eles moram no campo aberto, longe de aglomeração. Têm tempo livre para passear pelas planícies naturais e só se alimentam de vegetais sem agrotóxicos, jamais plantados em áreas desmatadas. Para a saúde, fazem prevenção com ervas medicinais e homeopatia, como em comunidades hippies. Não consta, porem, que haja muitas delas no Mato Grosso do Sul, onde este estilo de vida, na verdade, é dos bois "Orgânicos" criados desde 2004.
Uma associação de pecuaristas do Pantanal começou o negócio da estaca zero naquele ano. Hoje, somada a um grupo de produtores do Mato Grosso, na região do Cerrado, encaminha para abate mil animais por mês. Cerca de 400 deles saem do Pantanal, e o resto do Cerra da bacia do Alto Paraguai, onde nascem os rios da região.
Ainda é uma produção pequena. Apecuária convencional é cerca de 500 vezes maior que a de produção ecologicamente correta. O nome orgânico não significa que bois convencionais sejam "inorgânicos". A expressão vem da politica para agricultura dessa classe de alimentos, que proíbe uso de pesticidas inorgânicos. Toda a carne bovina orgânica certificada brasileira sai hoje da bacia pantaneira e é distribuída pelo grupo JBS-FRiboi, maior frigorífico do mundo. Para cada boi orgânico abatido pela empresa, porém, ela vende 570 animais criados de modo convencional.
Os números pequenos contudo, não intimidam fazendeiros que adotaram esse modo de produção. "O orgânico tem avançado muito rápido, até porque tinha pouco mercado" diz Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica). A entidade já certificou dez fazendas para criar gado orgânico no Mato Grosso do Sul e tem mais 12 em processo de avaliação. "Quem tem pouco avança sempre mais rápido".
Barros administra com seu irmão Luciano a Fazenda Racharia, em Corumbá (MS), onde bois pastam em campos alagáveis dividindo espaço com emas capivaras e veados. Segundo ele outros produtores ainda tem receio de abandonar a pecuária intensiva, que requer desmate de áreas secas. "Eles acham a gente maluco", diz. "Acham que nos unimos ao inimigo".
O"inimigo", no caso, é a ONG ambientalista WWF Brasil, na verdade uma parceira nas negociações que consolidaram a cadeia produtiva do boi orgânico no país. Não foi algo fácil, já que boa parte da demanda por alimentos orgânicos é criada por pessoas vegetarianas.
"A maioria dos nossos consumidores que a gente encontra nos pontos de venda são ex- vegetarianos, que não compravam carne por conta da questão do bem estar animal", diz Josiane Stringhini, coordenadora de marketing do JBS-Friboi. O abate dos animais que chegam lá também segue procedimentos "humanitários", afirma.
"O boi fica um período dentro do curral, para que possa descansar, e recebe uma ducha de água morna. Depois, recebe um êmbolo de ar certeiro, próximo à testa" diz. "Assim, ele não fica estressado e não percebe que vai ser abatido".
A ABPO e o WWF lançaram na última terça feira um protocolo prometendo adotar práticas socioambientais que vão além das exigidas para certificação orgânica. Para entrar na associação, criadores terão de dar às famílias de peões acesso a escola e médicos, além de tentar criar um corredor de áreas protegidas na região. Segundo Barros, a ideia é vincular o Pantanal à carne orgânica, hoje ainda vendida sem selo de origem."
Reportagem de Rafael Garcia, uma ótima notícia, mas lembrando que a pecuária é uma das grandes responsáveis por emissão de CO2, e é aconselhavel comer pouca carne bovina, e trocar sempre que possível por frango, pois este último demanda menos espaço, água e lança menos metano e CO2 à atmosfera.
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